amor

És a razão pela qual nunca deu certo antes

Sempre me considerei uma rapariga com pouca sorte no amor. Aliás, pouca sorte é um grande eufemismo para descrever as minhas pseudo relações amorosas. Sempre fui a metade da laranja que ninguém quis. Sempre fui a amiga e confidente. Nunca entendi porquê. Até agora.

Sabiam que o amor pode ser uma coisa terrível quando não se ama a pessoa certa? Aprendi-o das piores formas. E por ter sofrido tanto, sempre fui uma pessoa insegura. Não só em relação aos outros, mas em relação a mim própria e ao que penso quando me olho ao espelho. E essa é das piores sensações que se pode sentir. Pena de nós próprios. Era isso que sentia quando pensava em mim e na vida que levava. Até agora.

Agora, tenho-te a ti. Para desafiares todos os meus medos e inseguranças. Tenho-te a ti para me dizeres que não preciso de ser perfeita para ter a beleza da lua, aos teus olhos. Não preciso de ser perfeita para que não tenhas receio de dizer ao mundo que estás ao meu lado e que eu sou tua, para o que der e vier.

Agora, tenho-te a ti. Para que o amor seja algo verdadeiro e doce. E agora entendo o porquê. És a razão pela qual nunca deu certo antes.

ESTE TEXTO FAZ PARTE DO PROJECTO CAFÉ COM BLOG
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O mundo é dos que contemplam...


Meu amor,

Vou ser sincera... Não dava nem metade da atenção que deveria aos pequenos pormenores que me rodeavam. Não o fazia propositadamente, apesar das minhas distracções constantes e a minha mente sempre muito aluada. O ritmo frenético de um dia que começou cedo. O ritmo acelerado de um dia que nunca mais chegava ao fim. Até que disse - Chega! E foi a melhor decisão da minha vida.

Ainda me lembro desse dia. Saí tarde do escritório, já sem vontade de chegar a casa e ter de cozinhar para uma só pessoa e comer sozinha recostada no sofá. O dia estava a ser péssimo; não havia como negar. Ainda me lembro que nesse dia não apanhei o comboio de todos os dias e decidi simplesmente andar pelas ruas da cidade.

Sem rumo. Era um resumo bem definido do que era naquela altura. Até podia ter muito do que qualquer pessoa normal desejaria - um bom emprego, uma casa acolhedora, independência - mas sabia que me faltavas tu, mesmo antes de o saber. E sem saber bem como, dei por mim sentada num banco alto de um dos bares da cidade.

Mantinha os braços apoiados no balcão e um copo de moscatel mesmo à minha frente. Encostei o copo nos lábios e senti o sabor doce e quente passar-me na boca. Foi nesse mesmo instante que te ouvi. Não a tua voz. As tuas mãos. O ritmo suave de uma melodia que sempre esperei ouvir. O ritmo intenso que me deixou ébria.

Tentei perceber de onde vinha o som. Rodava lentamente o corpo sobre o banco redondo quando os meus olhos se encontraram com a tua silhueta. A luz ia ao teu encontro, estavas no único sítio bem iluminado do bar. Conseguia ver todos os teus contornos. Conseguia sentir o movimento ritmado dos teus dedos enquanto passavam pelas teclas do piano. Tu e ele pareciam um só, envolvidos numa só harmonia. Distraí-me a pensar no quanto gostaria de ser aquele instrumento e ri-me quando pensei nisso. Quando voltei à realidade, cruzei-me com o teu olhar e sorrias de volta. Derreti tão depressa como o cubo de gelo que já desaparecera no copo que esqueci em cima do balcão.

Olhei-te toda a noite. Contemplei cada pormenor teu. Como nunca antes o fizera. Contemplei-te até ao fim dos teus dias, meu amor. Foi contigo que entendi que o mundo é dos que contemplam o amor. Tu és o meu. E eu hei-de sempre querer olhar-te uma vez mais, mesmo que agora tenha de fechar os olhos e imaginar-te aqui.

Sempre tua
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O dia mais feliz da minha vida

É o dia mais feliz da minha vida - não pensava noutra coisa. Foi essa a frase que se repetiu vezes sem conta na minha mente. Estava parada em frente ao grande espelho do quarto. O barulho parecia aumentar, assim como os batimentos do meu coração.


No jardim, já várias pessoas se concentravam. Os risos estridentes das crianças atravessavam a janela fechada por onde espreitava quando desviei um pouco o olhar. Conseguia ver as cadeiras alinhadas, fazendo um simples corredor que me levaria até ao altar revestido de pequenas gardénias brancas e cor-de-rosa. Onde tu estarias à minha espera...

Voltei a direccionar o olhar para me ver uma vez mais. Vestia-me de branco e pensava nas pessoas que queria ter ao meu lado nesse dia. Pensei no quanto as amava e uma lágrima caiu sobre o meu rosto. Contudo, aquele ainda era o dia mais feliz da minha vida.

Muita coisa estava prestes a mudar. E que mudança boa! A promessa de uma vida a teu lado, meu amor. E eu sei que sempre disseste que não me irias prometer nada que não pudesses cumprir, mas sabes? Este foi o dia a partir do qual cumpriste tudo, mesmo sem o prometeres.

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Momento

Foi química. Foi o que lhe quiserem chamar. Foi simplesmente o que aconteceu em nós.
De estranhos, passámos a ver-nos todos os dias. E todos os dias dávamos um pouco mais de nós a cada um. E todos os dias sentíamos um pouco mais. Mais necessidade. Mais urgência. Mais vontade.
De estranhos, passámos ao primeiro toque. E do primeiro toque, passámos ao primeiro beijo.
Eu não sei quanto a ele, mas eu senti certeza. Certeza de que ainda existem pessoas capazes de nos fazer verdadeiramente felizes, só pelo simples facto de serem elas próprias. Apenas pelo sorriso ou as palavras certas.
Talvez seja este o momento certo também. O momento em que entendo o porquê de tudo ter dado errado até hoje. E nada me faz mais feliz, neste momento. Nem ninguém. Porque hoje, és só tu.
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Querido A.,

A noite já vai longa e com ela vieram as memórias de ti. Pergunto-me se alguma vez irás responder às minhas palavras ou se continuarás a negar a minha existência. Já passaram cinco meses e eu não sei bem o que somos. Nem sei bem se alguma vez fomos


E eu sei que já repeti tudo isto uma e outra vez, mas estou presa no passado, a tentar perceber o que teríamos sido num futuro. Estou agarrada à lembrança do teu toque e ao cheiro da camisola que deixaste em cima da minha cama quando nos despimos nela uma última vez. É ela que visto quando a solidão me veste a alma. E de alguma forma, eu sabia que aquela noite era a nossa despedida. Só não quis acreditar naquele momento. Ainda assim, dei-te o meu coração para de seguida o atirares contra a parede. Não sei quem deve um pedido de desculpas. Tu por me abandonares ou eu por te amar demais. 

Que posso eu fazer? Quando o coração quer, o coração manda. Mas mais do que te amar, neste momento, eu necessito de ti. Apeteces-me. És o que quero. O que mais preciso. Só tu e eu e os nossos corpos.

Para sempre tua.

P.S.: A campanhia tocou agora mesmo. Era bom que fosses tu.

E eras mesmo...

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Avó


"E eu só espero que sejas feliz já que te levaram para longe, num bater de asas, para uma vida melhor. Longe da loucura. Para onde o mundo já sabe de cor o quanto és bela. Bela demais. E eu só tenho pena de já não saber como vais. (...) E eu só espero que sejas feliz e que um dia ainda voltes para mim."

27.11.1942 - ∞
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Um corpo só


Tudo o que se ouvia lá fora eram as gotas de água que caíam vigorosamente. Dentro da pequena cabana o som das respirações ofegantes abafava tudo em redor daqueles corpos. Estavam ali, nus de paixão, entregues um ao outro. Não precisavam de mais nada.

Um ano depois, a chuva caía com a mesma intensidade. E era com a mesma intensidade que ela o amava. Porém, apenas memórias pairavam no ar. Agora, era apenas um corpo só, desejando da mesma forma o que o destino lhe retirou.

Um mês antes, ele tinha acabado de sair do louco dia de trabalho que tivera. E era com a mesma loucura que estava decidido a chegar a casa e envolvê-la nos seus braços. Mas não chegou. E ela esperou. E bastou ela atender aquela chamada para que o seu mundo deixasse de fazer sentido.

Hoje, faz um mês que existe sem ele. Um mês em que a vida lhe pareceu sem cor. Um mês depois do acidente. Hoje, ela permanece sentada na poltrona, com um copo de vinho numa das mãos, enquanto a outra vai limpando as lágrimas que relembram todos os momentos que passaram. Hoje, é apenas um corpo só, desejando com todas as forças que ele tivesse chegado a casa.

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Projecto: Mais Que Palavras
Tema: um dia chuvoso numa cabana.
Outros participantes: Nina!
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Recomeçar


Em pleno Verão, a temperatura deixava muito a desejar, mas isso não impediu Beatriz de sair de casa. Precisava daqueles momentos sozinha. Com o vento frio soprando forte no seu rosto, desejou que ele a levasse para longe. Não pertencia àquele lugar. Disso tinha a certeza.

Dois anos antes, Beatriz instalara-se na cidade do Porto. Foi por amor que abandonou a sua vida numa pequena aldeia nos arredores de Lisboa, os seus amigos e a sua família. Estava apaixonada. Hoje, não tinha tanta certeza disso.

Tiago fora o homem que lhe roubara o coração. O mesmo coração que partira quando ousou levar a sua mão ao rosto de Beatriz, com toda a força. Foi a primeira vez que lhe bateu.

– Desculpa, Bia! Não sei onde tinha a cabeça!

Nessa noite, Tiago estivera a beber e não foi preciso muito para tomar aquela atitude violenta. Beatriz, ainda atordoada, correu para o quarto e só saiu de lá na manhã seguinte. Foi também a primeira vez que ela o perdoou. Perdeu a conta de todas as vezes que ficou com alguma parte do seu corpo negra, depois de ele ter bebido. O homem por quem se apaixonara já não estava ali. Agora partilhava a sua vida com alguém que nunca conheceu e com quem fez juras de amor eterno.

Enquanto caminhava pelas ruas da cidade, Beatriz pensou nas ironias da vida e em como o amor podia ser traiçoeiro. Queria voltar para os braços de Tiago, o antigo, mas por outro lado todo o seu corpo a comandava para longe dele. Quando deu por si estava junto a uma linha de comboio. Continuava frio e ela não se conseguiu aquecer. No fundo da linha, aproximava-se a toda a velocidade o último comboio do dia com destino a Lisboa. Precisava de tomar a maior decisão da sua vida. 10 metros. 2 metros. E o comboio encontrava-se agora parado diante dela. Era pegar ou largar, porque ela sabia que se não entrasse naquele preciso instante nunca mais teria coragem para reverter a situação. 

Beatriz parecia adormecida pelas memórias que lhe assaltavam a mente. O primeiro toque, o primeiro beijo, a primeira noite de amor e tudo o que viveu nestes últimos dois anos em apenas segundos. Não sabia se estava preparada para desistir de tudo.

Os sons de aviso de que o comboio ia partir acordaram-na e a realidade pontapeou-a tão ou mais forte do que Tiago alguma vez o fizera. Foi assim que, num impulso, Beatriz saltou para dentro da carruagem e, mesmo atrás dela, as portas fecharam-se num movimento possante, fazendo-a estremecer.

Foi nesse momento que a sua vida recomeçou.

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Tema do projecto Palavra & Foto: Com o vento frio soprando...
Outras participações: Nina! || Quinze Fases
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Queria uma eternidade contigo


Como assim já passaram seis meses sem te ver? Seis meses sem ouvir a tua voz? Como é que existo sem ti há seis meses? O tempo passa a correr, mas parece que foi ontem que falei contigo pela última vez.
- Adeus Vó. Vê lá se descansas!
Lembro-me tão bem das últimas palavras que te disse. Lembro-me tão bem dos últimos dias que passei contigo. A mulher forte já tinha perdido contra a doença, mas lá no fundo sei que ainda eras cheia de vida. Vida essa que te escapou das mãos. Não foi culpa tua. Não foi culpa de ninguém. Foi simplesmente a vida.
O nó na garganta já se formou. Ainda não consigo falar de ti sem querer ir a correr para tua casa para te abraçar. Ainda choro de cabeça enterrada na almofada para ninguém ouvir quando penso que vou passar o resto da minha vida sem olhar para ti uma vez mais.
As lágrimas já percorrem o meu rosto. Desculpa não te ter ido visitar ao hospital. Achei que não iria suportar ver-te em sofrimento. Na verdade, acreditei ingenuamente que ainda havia tempo para te ver sorrir. Esse tempo não chegou. Apenas te levou para longe.
Tu sabes que eu nunca aceitei nada que não visse com os meus próprios olhos, sempre fui “ver para crer”, mas quando partiste senti uma necessidade enorme de acreditar que algo maior existe. Precisei e preciso de acreditar que, onde quer que estejas, te encontras bem e protegida, da mesma forma que sempre me protegeste e como eu pensei poder proteger-te nos nossos últimos dias.
Se fizermos bem as contas, sabias que foste a pessoa com quem eu passei mais tempo nos meus vinte e dois anos de vida? Souberam a pouco, agora que penso nisso. Queria uma eternidade contigo.
Foi quando te perdi que entendi que nunca me iria sentir plenamente feliz. Totalmente completa. Uma parte de mim morreu contigo.
Todos os dias me lembro de ti. Umas vezes porque alguém fala de ti, outras porque sinto a tua falta para sempre.
Seis meses e ainda tenho a minha vida pela frente. Ainda tenho tantas coisas para te contar. Um dia destes, agarrei no telemóvel e pensei ligar-te. É estúpido, eu sei, mas queria tanto ouvir a tua voz.
Seis meses e fazes-me falta. Fazes falta a todos nós. Gostava que a Inês e o Pedro pudessem ter vivido tantos momentos quantos os que eu vivi contigo. Gostava que a mãe pudesse ter com quem falar sobre as promoções da semana nos supermercados. Gostava que o tio pudesse ter ido almoçar contigo mais vezes ao domingo. Gostava que o avô não se sentisse perdido. Queríamos uma eternidade contigo.
Seis meses e eu não vejo a hora de te voltar a encontrar.

Amo-te Gorda ❤️

A tua nina
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O meu momento é agora!


Todos temos um momento na nossa vida em que tudo passa a fazer sentido. Até as coisas mais absurdas. Todos temos um amor assim. Todos o merecemos.
Pouco passava das cinco da tarde e nós continuávamos à conversa, sem dar pelo tempo passar. Tudo à nossa volta reflectido na água calma do lago e nós sentados à sua beira. Há quanto tempo não fazíamos isto? Há quanto tempo não olhávamos tão intensamente um para o outro? 
Todos temos um momento na nossa vida em que duvidamos de tudo. Eu duvidei de ti e de nós. Eu não acreditei que o amor pudesse ser apenas feito de acções. Faltavam as palavras também. Há quem prefira exactamente o contrário, mas eu sempre quis mais. Nunca me contentei com metades. Não senti o prazer de um "Quero-te" enquanto me apertavas contra o teu corpo. Não provei o sabor de um "Amo-te" depois de um beijo na testa. E foi assim que seguimos caminhos diferentes.
Todos temos um momento na nossa vida em que nos arrependemos de algo. E o meu maior arrependimento foi achar que o amor fazia sentido. Agora entendo que o amor somos nós e que tu e eu somos feitos de factos e contradições. Achei que precisava de mais quando já te tinha por inteiro. E não poderia estar mais errada.
Todos temos um momento na nossa vida em que a loucura do amor muda tudo. O meu momento é agora!

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Projecto: Escrita Criativa
Tema: Meu momento é agora!
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Segredos


Ela não precisava de muito para ser feliz. Bastava-lhe o conforto eterno de um abraço para sempre. Contudo, este insistia em não chegar.
Ele não precisava de muito para ser feliz. Bastava-lhe a vontade eterna de um sorriso para sempre. Mas ela não retribuía.

Eles precisavam-se e nem sabiam.

Em segredo, ela ambicionava que os seus olhares se cruzassem para deixar escapar um sorriso de exigência, enquanto ele desejava com urgência envolvê-la nos seus braços.

Em segredo, amaram-se, sem nunca se terem descoberto.

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Tema do Projecto Palavra + Foto: Segredos.
Outras participações: Nina! || Blog da Chris || Desenhando pelo caminho
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Eu ainda te amo


"Cinquenta anos e eu ainda te amo como no primeiro dia.
Estavas à janela. O sol irradiava calor e as tuas faces coradas colidiram comigo quando viste que te observava. Não sei explicar o que senti, só sabia que serias a minha mulher para o resto das nossas vidas. Perguntei-te o nome.
– Maria – respondeste, envergonhada.
Maria do maior sorriso. Maria dos olhos de mel. Maria dos meus sonhos.
Lembro-me que sonhei contigo nessa noite. E nas noites seguintes. E só sabia querer voltar a ver-te.
Cinquenta anos e eu ainda te amo como no primeiro beijo.
Foi no nosso banco de jardim, junto ao rio. Sempre te quis beijar os lábios, mas tinha receio que me achasses demasiado incorrecto e ousado. Nunca imaginei que fosses tu, Maria dos caracóis cor de ébano, que me segurasses o rosto e levasses a tua boca para junto da minha.
Lembro-me que sonhei com o nosso beijo nessa noite. E nas noites seguintes. E só sabia querer voltar a beijar-te.
Cinquenta anos, amo-te e ainda não aprendi a viver sem ti.
Recordo de alma chorosa a última vez que ouvi a tua voz.
– Vai ficar tudo bem. – disseste tu para me tranquilizares.
E no segundo seguinte o teu coração já não batia. Deixaste-nos sozinhos. Eu, as nossas lembranças, os nossos filhos e os nossos netos, a nossa casa, a nossa vida. Senti uma dor profunda no peito. Não sabia o que fazer. Não sabia continuar sem ti.
Lembro-me que não dormi nessa noite. E nas noites seguintes. E só sabia querer voltar para o conforto do teu abraço.
Amo-te, minha Maria."

Pousou a carta e o ramo das suas flores favoritas na campa de Maria. E tentou continuar.

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Tema do Projecto Palavra + Foto: Flores.
Outras participações: Te Conto Poesia || Quinze Fases || Enquadrando momentos || Desenhado pelo caminho || Tatiane C || Nina! || Entre Termos
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Vejo-te


Vejo-te chegar e nada mais existe no mundo para além de ti. És feito dos segredos que quero conhecer. A vida que quero viver. O amor que quero experimentar.
Vejo-te sorrir e, em segredo, vendo a minha alma para beijar os teus lábios. Bastaram apenas alguns segundos para o meu coração se voltar a render a cada pedaço teu. Não é justo. Não depois de todo este tempo longe de ti. Parece que sufoco. E é um sufoco tão doce. Imaginar-te em mim, uma vez mais. As tuas mãos na minha cintura. Os teus olhos fixos nos meus.
Mas vejo-te partir e sou eu que não existo mais.
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Odeio-te


Bem me quer. Mal me quer. Eu sei que ela não me quer. Sei, simplesmente, que não a mereço. Mas o coração é traiçoeiro e ela será sempre o meu ponto fraco. 
Já passaram três anos desde que fiz as malas para partir e não mais voltar. Não tinha bem a certeza para onde ia. Sabia apenas que o deveria fazer para o nosso próprio bem. 
Mal não fez, mas nada melhorou significativamente. O seu rosto ainda vagueia pelos meus pensamentos e posso jurar que a minha pele ainda tem o cheiro dela. Aquele doce perfume que me enlouquecia.
Mas eu não a mereço. Não depois de tudo o que a fiz passar.

– Odeio-te! - disse ela de olhos encharcados.

Nenhuma bala mataria tão lentamente, nem as maiores garras rasgariam tão profundamente. Entendi naquele momento que a dimensão do meu amor por ela não poderia ser medido. E esse amor seria a minha ruína. Por isso, parti. Sem desculpas, sem um beijo de despedida. Parti sem qualquer intenção de seguir em frente. A verdade é que ainda estou a tentar não pensar nela, mas não consigo.
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O tempo passou e a dor transformou-se em memória.

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Um mês sem ti, Avó

Como é que vivemos o resto da nossa vida sabendo que nunca mais veremos uma pessoa que amamos, precisamente, para o resto da nossa vida? Eu ainda nem aceitei esse facto, portanto, esta é uma pergunta que ficará muito tempo sem resposta. Talvez nunca a terei. Desconfio que o tempo que me resta não será sequer suficiente para a encontrar.

Como é que vivemos o resto da nossa vida quando sabemos que nunca mais ouviremos a voz daquela pessoa que precisamos, precisamente, para o resto da nossa vida? Tento reproduzir esse som na minha mente e sinto-me frustrada, pois nada irá igualar aquela melodia.

Nos últimos dias que passei com ela, falou-me de algo que confesso não me lembrar, mas acabou a conversa com a frase: "Este dia está a ser péssimo - dizia ela". E todos os dias são péssimos sem ela. São sufocantes. E imaginava eu que perder alguém seria doloroso. Agora, sei que é insuportável! Ninguém irá preencher aquele vazio que ficou. Ninguém irá compensar o amor que me era dado e retribuído.

Dava tudo para a ter uma vez mais ao meu alcance, porque nem mil eternidades seriam suficientes ao lado dela.

Amo-te, Gorda ❤️ 
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Família

Daqui para a frente, o caminho é incerto. O tempo não é eterno e eu dava tudo para que fosse. Não sei, não imagino e não quero sentir a perda de alguém. Esse é e sempre será o meu maior medo. Perder aqueles que amo. Perder e perceber que uma parte de mim já não existe e é apenas uma memória. E sim, todos dizem que é o ciclo da vida e isto e aquilo. Foda-se o ciclo da vida. Eu quero essas pessoas comigo para sempre! As pessoas que me viram nascer e dar os primeiros passos. Aquelas que passaram noites sem dormir sempre que adoeci. As pessoas que me deram um ombro amigo para chorar e milhões de motivos para sorrir. Aquelas que cuidaram de mim, sem pedir nada em troca. As pessoas a que chamo família, com todo o orgulho. Aquela família perfeita, à nossa maneira. 
Como é que é suposto seguir em frente sem esse apoio? O que fazemos quando nos tiram isso?
Como é que dizemos adeus a quem não queremos perder?
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Eu queria ser feliz

Por algum motivo, voltei atrás no tempo e desejei com todas as minhas forças ser capaz de alterar aquele momento. Dar-lhe mais intensidade. Porque nós estávamos ali os dois sozinhos e eu queria ser feliz. E eu estava carente e podia, simplesmente, ter-te roubado um beijo. Não seria a primeira vez, mas, desta vez, não seria uma simples brincadeira de alguém com álcool a mais no sangue.
Ainda assim, foi apenas uma calma viagem de carro até à porta da minha casa e rimos porque não deixaste o carro ir abaixo e não implicámos muito um com o outro e estávamos demasiado cansados daquela noite fria.

E porque razão estou eu a pensar em ti desta forma?
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Uma história de amor

Esta é a sua história. Dois corações que batem um pelo outro. Duas almas que se consomem mutuamente. Duas mentes que começaram por se conhecer. Dois corpos que, no fim, já se sabiam de cor.
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#instaOliver

Depois de uma longa ausência, venho apresentar-vos o meu pequeno príncipe. Chama-se Oliver, tem quatro meses e está ao meu lado há três. Tem sido uma aventura. É muito dono do seu nariz, não gosta que o agarrem, mas quando não lhe dou atenção bate o pé para reclamar. Estou cada vez mais apaixonada pelo meu miminho!