Odeio-te

sábado, julho 11, 2015


Bem me quer. Mal me quer. Eu sei que ela não me quer. Sei, simplesmente, que não a mereço. Mas o coração é traiçoeiro e ela será sempre o meu ponto fraco. 
Já passaram três anos desde que fiz as malas para partir e não mais voltar. Não tinha bem a certeza para onde ia. Sabia apenas que o deveria fazer para o nosso próprio bem. 
Mal não fez, mas nada melhorou significativamente. O seu rosto ainda vagueia pelos meus pensamentos e posso jurar que a minha pele ainda tem o cheiro dela. Aquele doce perfume que me enlouquecia.
Mas eu não a mereço. Não depois de tudo o que a fiz passar.

– Odeio-te! - disse ela de olhos encharcados.

Nenhuma bala mataria tão lentamente, nem as maiores garras rasgariam tão profundamente. Entendi naquele momento que a dimensão do meu amor por ela não poderia ser medido. E esse amor seria a minha ruína. Por isso, parti. Sem desculpas, sem um beijo de despedida. Parti sem qualquer intenção de seguir em frente. A verdade é que ainda estou a tentar não pensar nela, mas não consigo.

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